Entenda como a diversidade de cultura e criatividade criam identidades que impactam diretamente no perfil dos empreendedores
Quando falamos em favela, devemos considerar um universo que vai além da breve definição da palavra. Mais do que áreas de povoamento urbano, formadas por moradias populares, como descreve o dicionário, as favelas também são territórios complexos e plurais, considerando as dinâmicas sociais, econômicas e culturais.
Esses espaços não representam os estigmas aos quais costumam ser associados. As favelas são locais de vasta diversidade cultural e criatividade, fatores que podem se transformar em oportunidades para aqueles que desejam empreender nessas comunidades.
Segundo levantamento realizado pelo Instituto Data Favela, o Brasil tem mais de 13 mil favelas, que reúnem quase 18 milhões de pessoas. Cada uma dessas comunidades conta com incontáveis oportunidades e uma população vocacionada ao empreendedorismo. No entanto, é preciso que esse elo se estabeleça e uma das formas disso ocorrer é através da valorização cultural.
Empreendedorismo na favela
As favelas brasileiras abrigam mais de 5,2 milhões de empreendedores e essa disposição ao empreendedorismo pode aumentar esses números. De acordo com o estudo conduzido pelo Data Favela, 35% das pessoas que vivem nessas comunidades ainda sonham em ter o próprio negócio, o que representa outros seis milhões de habitantes. Entre os tipos de negócios mais comuns nas favelas, aparecem: restaurantes e venda de refeições (15%); cuidados com beleza, saúde e estética (10%); e comércio e manutenção de roupas e acessórios (8%).
Benefícios de empreender
Um negócio pode trazer diversos impactos positivos para as favelas, a começar pelo desenvolvimento econômico que promove. O ato de empreender fortalece a base da economia local, faz o dinheiro circular pela favela e gera postos de trabalho. O entendimento do senso de comunidade também é outro benefício produzido pelo empreendedorismo nesses espaços.
Sem falar, ainda, na troca de conhecimentos que pode surgir da interação entre pessoas e negócios, o que contribui para a potência e resiliência da favela. Porém, para que todas essas vantagens possam se tornar realidade, antes, os potenciais empreendedores precisam identificar as oportunidades sinalizadas pelas dinâmicas locais.
A resposta é a favela
Como enxergar essas oportunidades de negócios nas favelas? A resposta para essa pergunta está nas próprias comunidades. Ainda que possam ser agrupadas para definição e fins estatísticos, as favelas têm perfis diferentes. Com características históricas e culturais distintas, as comunidades estabelecem as próprias identidades. Dentro da pluralidade de cada comunidade, ficam evidentes as especificidades do território e dos moradores que vivem ali.
Então, ao falarmos sobre empreendedorismo em uma favela, devemos considerar as dinâmicas da realidade local, pois elas impactam diretamente no perfil dos empreendedores.
Valorização cultural
Diante disso, podemos considerar que o primeiro passo para aqueles que desejam empreender nesses espaços é a valorização cultural da favela. Ao olhar para dentro da comunidade, o empreendedor deve conhecer o contexto histórico em que está inserido, assim como as características e necessidades dos moradores. É essencial que qualquer planejamento estratégico pensado para um negócio na favela não ignore os elementos que construíram a base da comunidade e que influenciam nos desejos e na forma como as pessoas se relacionam.
Comunidade Empreendedora
Diante da representatividade das comunidades na geração de emprego e renda para a economia mineira, o Sebrae Minas e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) retomaram em fevereiro, as ações do programa Comunidade Empreendedora. A iniciativa, lançada em 2023, tem como objetivos incentivar a iniciativa empreendedora e impulsionar a competitividade dos pequenos negócios localizados em vilas e favelas do estado, melhorando a gestão desses empreendimentos, estimulando a cooperação, criatividade e gerando novas oportunidades de negócios, trabalho e renda em comunidades do estado.
Neste ano, o programa vai atender 13 vilas e favelas, sendo sete em Belo Horizonte e outras seis em cidades da Região Metropolitana e do interior – Betim, Ribeirão das Neves, Caratinga, Divinópolis, Montes Claros e Uberlândia. As comunidades foram selecionadas conforme diagnóstico do adensamento de potenciais empreendedores, das lideranças minimamente estruturadas e da abertura para receber capacitações das instituições envolvidas no projeto.
Para ajudar os empreendedores de pequenos negócios a impulsionar o seu negócio e gerar impacto positivo na sua comunidade, o Sebrae Minas reuniu em sua plataforma Sebrae Play diversos conteúdos exclusivos e gratuitos para negócios. Acesse o link
Por Redação Sebrae Minas
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